quarta-feira, 29 de março de 2017

Utilização de Briquetes como Fonte de Energia



Briquete é fabricado através do processo de compactação mecânica e não tem nenhum componente químico ou aglutinante no processo. Os briquetes são blocos cilíndricos ou poligonais de biomassa compactada com volumes geralmente variáveis entre 0,8 cm3 e 30 cm3 cada, e que podem substituir a lenha em instalações que utilizam esta como fonte energética (principalmente uso industrial). O briquete é adequado para uso em caldeiras industriais e também na substituição com grande eficiência o uso da lenha comum, o óleo combustível e o gás natural.
O Briquete é o combustível sólido mais limpo que existe no mercado. O Briquete é uma forma sustentável de energia. O uso da matéria-prima necessária para a produção do Briquete tem como consequência a limpeza dos resíduos florestais, o que, por sua vez, contribui para uma grande redução do risco de incêndios e queimadas.
Vantagens do Uso dos Briquetes:
a) São produzidos em tamanhos padrões;
b) São fornecidos em embalagens padronizadas, uma tonelada de briquete substitui até 5 m3 de lenha;
c) Poder calorífico de 2,5 vezes maior do que o da lenha;
 d) Espaço de armazenagem reduzido, possibilitando assim a manutenção de estoques reguladores e de emergência;
 e) Devido à baixa umidade a temperatura se eleva rapidamente, produzindo menos fumaça cinza e fuligem em relação à lenha;
f) O Briquete é vendido por peso certo. Já a lenha é comercializada por m3, o que permite perdas devido aos vazios em seu empilhamento;
 g) Alto poder calorífico mais homogêneo que a lenha;
 h) Maior temperatura de chama;
i) Permite o aproveitamento dos resíduos das indústrias de base florestal, agro-agrícolas, agroalimentares, entre outros de origem vegetal;
j) Aumento do poder calorífico líquido dos materiais por unidade de volume;
 k) O produto final é de fácil transporte e armazenamento;
l) O processo ajuda com o manejo dos resíduos sólidos;
m) O processo ajuda na redução do desmatamento, já que o briquete é um substituto da lenha e do carvão vegetal.
n) Menor custo direto e indireto.  Reduz o impacto negativo sobre as florestas nativas para a retirada da lenha e  menor mão-de-obra no manuseio. 
 o) Não danifica a fornalha no manuseio de abastecimento.
  p) É liberado pelo IBAMA dispensando licença.
A briquetagem consiste na aglomeração de partículas finas por meio de pressão, com auxílio ou não de um aglutinante, permitindo a obtenção de um produto não só compactado, porém com forma, tamanho e parâmetros mecânicos adequados. A redução de volume do material, em alguns casos, além dos benefícios tecnológicos, permite que materiais finos possam ser transportados e armazenados de forma mais econômica.

Os briquetes, cujo processo de endurecimento foi realizado à temperatura ambiente, apresentam baixa resistência mecânica quando submetidos à temperatura elevada. O seu uso fica restrito aos processos onde se utiliza baixa pressão.
O processo pode ser dividido em quatro etapas: alimentação ou preparação; mistura; compressão e tratamento térmico.
A densidade energética do briquete é cerca de sete vezes maior que a da madeira, e consequentemente maior poder calorífico, o que representa uma maior geração de energia por massa do produto. O teor de umidade é um parâmetro importante porque afeta diretamente no balanço energético da densificação, pois quanto menor o teor de umidade maior será a produção de calor por unidade de massa
Dessa maneira é recomendado um teor de umidade de no máximo 20% para a queima, visto que os valores superiores reduzem o valor do calor de combustão, a temperatura da câmara de queima e a temperatura dos gases de escape.
O processo de produção de briquetes é chamado de briquetagem, que consiste na densificação dos finos (pequenas partículas de materiais sólidos) com o uso de prensadas, pressão, com ou sem aquecimento. As pequenas partículas são prensadas, geralmente com ligante adequado, para formar sólidos que possuem maior valor comercial e são chamados de briquetes
Os briquetes apresentam algumas vantagens, como propriedades uniformes, formas e dimensões apropriadas, facilidade de armazenamento e fornecimento regular. Além de minimizar problemas ambientais quando são utilizados para o fabrico resíduos agroindustriais como finos de carvão e o bagaço de cana. O carvão vegetal gera muitos finos durante a produção, o transporte e o manuseio devido a sua friabilidade; os finos gerados equivalem de 20 a 25% do total de carvão in natura produzido, que podem ser briquetados. Dessa maneira, a produção de briquetes também ajuda a reduzir os problemas ambientais que podem ser gerados no descarte ou armazenamento dos finos do carvão.
O Brasil tem grandes oportunidade de aumentar a produção de briquetes de finos de carvão vegetal como também de outros materiais, como sugere o projeto realizado na Universidade Federal do Pará que estuda a utilização de resíduos da flora paraense para produção de briquetes energéticos utilizando resíduos de açaí e cacau em mistura com serragem. De acordo com o estudo, o briquete composto por 50% de caroço do açaí, 30% de serragem e 20% de casca de cacau apresentou um poder calorífico superior de 3.740,6 kcal/kg e o briquete composto por 45% de caroço do açaí, 50% serragem de e 5% de casca de cacau apresentou um poder calorífico superior de 3.801 Kcal/Kg. Os resultados são próximos ao poder calorífico de briquetes fabricados com resíduos de maior valor energético como os de eucalipto (4.486 Kcal/Kg). O estudo mostra que é possível produzir briquetes utilizando resíduos diversos com adições reduzidas de materiais de excelente resposta energética. Com isso evita-se também a dependência econômica de um único tipo de matéria-prima e aponta para a possibilidade de geração de renda para comunidades rurais.

Fontes:
ABIB BRASIL BIOMASSA E ENERGIA RENOVÁVEL. Retirado de: https://www.brasilbiomassabioenergia.com.br/briquete




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